Acadêmicos da Holanda mostraram surpresa no mês de novembro ao
constatar que um de seus mais prestigiados psicólogos sociais, Diederik
Stapel, inventava grande parte dos dados que eram divulgados em seus
artigos, que, inclusive, chegaram a ser publicados pela revista
“Science”.
Embora a suspeita da fraude já tenha sido confirmada em
setembro, quando o psicólogo foi impedido de exercer suas funções como
decano da Faculdade de Ciências Sociais e do Comportamento da
Universidade de Tilburg (sul da Holanda), nesta semana ficou claro que o
mesmo utilizava esse tipo de artifício há pelo menos oito anos.
Durante esse tempo, o psicólogo teria falsificado dezenas de publicações e pesquisas que contavam com sua supervisão. As fraudes também estão sendo analisadas por uma comissão específica sob supervisão do psicólogo lingüístico Willem Levelt.
Durante esse tempo, o psicólogo teria falsificado dezenas de publicações e pesquisas que contavam com sua supervisão. As fraudes também estão sendo analisadas por uma comissão específica sob supervisão do psicólogo lingüístico Willem Levelt.
Essa comissão procura saber, entre outras coisas, se a tese
do psicólogo, com doutorado pela Universidade de Amsterdã, também
apresenta dados falsos, fabricados e modificados para confirmar suas
próprias hipóteses.
Seguindo as recomendações da comissão, as universidades de
Groningen (ao norte do país) e Tilburg, onde o psicólogo trabalhou desde
2006, denunciaram o mesmo por fraude e falsificação de documentos no
Ministério Fiscal holandês.
Um dos mais midiáticos e prestigiados da Holanda, o psicólogo
social reconheceu sua fraude através de um comunicado, no qual
especificava toda sua vergonha pelo ato.
“Não controlei essa pressão em publicar e sempre queria mais e
mais rápido”, explicou o autor da fraude, confirmando que sua atitude
não foi motivada por seu próprio interesse. Stapel também assegurou que a
justiça deve se aprofundar nas razões que o motivaram a atuar dessa
forma.
Alguns dos estudos mais famosos de Stapel, simpatizante de
organizações contra a criação em massa de animais para o consumo,
concluíram, por exemplo, que as pessoas que comem carne são mais
agressivas que as vegetarianas. Após a descoberta da fraude, a
objetividade destas publicações também foi colocada em dúvida.
Esse estranho caso foi divulgado depois que alguns estudantes
de doutorado de Stapel repararam que o professor nunca os deixavam
participar das pesquisas de dados.
O professor de psicologia afirmava para seus alunos que
contava com muitos contatos em escolas que distribuíam questionários
para iniciar uma pesquisa, mas, na realidade, os dados eram inventados
pelo próprio acadêmico.
Segundo a comissão de investigação, o psicólogo começou a
falsificar esses dados em 2000, quando trabalhava na Universidade de
Groningen.
Segundo o jornal “De Volkskrant”, quando os estudantes
pressionavam o professor para acompanhar suas pesquisas, Stapel abusava
de sua posição de poder, colocando em dúvida a proposta de investigação de
seu aluno.
(Ultimo Segundo via Diálogos Políticos)
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