Agentes quimioterápicos anticâncer de administração oral estão se tornando cada vez mais disponíveis e apresentam para os pacientes e seus médicos opções de tratamento mais cômodas, não invasivas. Um problema que tem se tornado frequente, no entanto, é a falta de adesão ao tratamento devido ao alto custo das medicações! Essa notícia não vem de países como o nosso, onde os pacientes ainda têm acesso restrito a essas novas drogas, mas dos Estados Unidos! Isso tem ocorrido por que as empresas de saúde americanas não cobrem o custo completo de tratamentos com medicações orais, como fazem com medicamentos de administração EV. O resultado é que os pacientes precisam desembolsar centenas a milhares de dólares por mês pelos seus tratamentos. Isto está prejudicando os pacientes. Enquanto alguns deles não estão conseguindo usar as medicações dentro dos protocolos programados, outros pacientes acabam tendo que optar por formas de tratamento convencionais, às vezes menos eficazes. O fato é que o preço dos quimioterápicos anticâncer subiu consideravelmente desde 1996. Exemplos recentes: o custo anual médio de lenalidomida para um paciente com mieloma múltiplo é estimado em U$74000, enquanto o custo anual médio de imatinib para pacientes com leucemia mielóide crônica não sai por menos que U$57000. Esses custos têm que ser pagos, na sua maioria, com recursos do paciente. Isso diminui ainda mais a aderência dos pacientes à medicação. Quimioterápicos anticâncer orais, surpreendentemente para muitos, mostraram uma aderência mais baixa que a QT venosa, mesmo sem contar o alto custo. Isso, à primeira vista, pode parecer contraditório, mas resulta de múltiplos fatores, entre eles o fato de que o tratamento venoso é administrado em ambiente hospitalar ou clínico controlado, mediante agendamento de consultas. Já os medicamentos orais são de auto-administração pelo paciente, no seu ambiente domiciliar. Além disso, as drogas orais têm muitos efeitos colaterais desagradáveis, mesmo que diferentes daqueles efeitos das drogas venosas. Isso reduz a vontade do paciente de aderir ao tratamento. Soma-se a isso tudo o fato de que o custo pesa muito no orçamento familiar dos pacientes e temos aí uma receita para falha terapêutica e pior qualidade de vida dos pacientes. Para ler mais sobre isso: acesse aqui.
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