Ao observar as curvas, notamos o destaque de Carlos Chagas. Com efeito, ele tem uma frequência de citação no corpus da língua inglesa semelhante àquela de vários ganhadores de prêmio Nobel, como Salvador Luria, César Milstein, Harold Varmus e Luc Montagnier. O restante dos pesquisadores citados tem uma curva bem menor, da ordem de personagens conhecidos, porém não tanto, da cena científica mundial, como Shinya Yamanaka, Jack Szostak, Robert Horvitz, todos nobelistas.
O restante dos pesquisadores citados no post não surgiram com nenhuma citação identificável no Ngram Viewer. Não que isto seja prova de algo, pois vários dos ganhadores de Nobel em Medicina que não têm expressão internacional também não retornam nenhuma citação nessa máquina de busca. A conclusão, se é que podemos chegar a alguma, é que vários dos pesquisadores brasileiros mostram terem um impacto na literatura em inglês semelhante a de alguns dos maiores pesquisadores dos EUA e Europa. No entanto, jamais um brasileiro recebeu um Nobel de Medicina e Fisiologia. Idéias sobre as razões? Apostando no velho Guilherme de Ockham, podemos levantar como hipótese mais simples, e portanto mais plausível, uma baixa confiabilidade do Ngram Viewer em prever, a partir do impacto em citações que ele mostra, certa forma de "sucesso" das personalidades citadas. Uma hipótese alternativa bem razoável pode ser de enviesamento cultural, análogo ao conceito de "publication bias". Na falta de algum procedimento que garanta comparabilidade a estas duas hipóteses, não ouso concluir qual deve ser a mais provável. A postagem original é interessante, embora um tanto superficial e naïve, recomendo a leitura.